quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Primavera.

Porque, de acordo com o calendário ocidental,
 hoje chegou a primavera,
minha estação predileta!


Gosto das flores, cores e sabores que chegam com ela.
da intensidade da vida que se mostra em cada um dos seus tons;
das roupas novas que a natureza se veste,
e de como ela se renova, mais viva e linda, após uma chuva e ao amanhecer.

Gosto porque tudo parece novo a cada dia dessa estação;
as coisas nascem sem motivo e com completa razão de ser,
inclusive o sorriso, a festa, a euforia que se instala em mim
quando, com silenciosa eloquência, contemplo as maravilhas da Criação.

Matizadas, as imagens ocupam a mente
e enchem o coração de gratidão por cada detalhe perfeito,
delicadamente pintado com Suas mãos...
pela vida que nela se revela, gosto dessa tal primavera.

sábado, 18 de setembro de 2010

.

"(...) No caso do curinga é diferente, pois ele veio ao mundo com o defeito de ver coisas demais e de ver todas elas em profundidade."
(GAARDER, Jostein. O Dia do Curinga. 1996)

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Em todo lugar.

Nem meus mais profundos versos
explicariam com exatidão
o que sinto quando fecho os olhos
e apenas confio na Tua mão a me guiar
certa de que sou conduzida para o melhor lugar;
muito menos o que acontece
quando me calo e deixo de me preocupar
com tudo que virá;
além das sensações
que Tuas criações, tão tagarelas,
vêm dia após dia me trazer..

Te vejo, em tudo, aqui..*
*grata. insuficientemente grata.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Movimentos, sons e sensações.

Desenho de: Jéssica Régis

A vitrola tocava uma conhecida canção.
Uma das mais singelas já ouvidas.
Ela se equilibrava em suas sapatilhas de ponta,
naquele piso desnivelado e áspero.
Os movimentos eram sincrônicos
em qualquer uma de suas concepções.
Movia com leveza os braços, as pernas,
equilibrando-se, quase sempre, em um único pé,
rodopiava com olhos fechados,
sentindo todos os tons que a envolvia.
Em cada volta que seu corpo dava,
nascia uma diferente composição em poesia
Unindo leves deslocamentos, uma canção,
sorrisos e diversas sensações.
Os passos eram milimétricos..
marcavam olhos, ouvidos e alma.

Todo o ambiente via-se acalentado
por uma saudade apaziguada
dos tempos de bailarina..
dos deslocamentos suscitados levemente,
como a brisa da manhã,
que lembra os riscos que se foram
e mostra os que se fizeram novos;
em futuro que se emaranha
na vontade embargada
e abdicação prolongada
[por desejo e lealdade].

Refugiava-me na singeleza
das inúmeras e visíveis provas de carinho
encalacradas com sons, movimentos,
cores, reflexões, contentamento
e uma Aliança que percorre anos..
com mais força que ligações espúrias
que traz uma paz maior que o entendimento.

Aquela figura e seus adjacentes
esculpem ritmo, canção
e tantas outras sensações diferentes
trazendo memórias, certezas e sorrisos
de uma vida que se move com Direção.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Pequenas coisas.

Sempre que se viam presenteavam-se com abraços apertados.
Alguns haviam sido inesperados, mas muito bem quistos;
outros aguardados ansiosamente,
e vistos como um presente Divinal.
Sempre vinham acompanhados de um belo sorriso
e um olhar acalentador.
As conversas aconteciam nas entrelinhas
dos gestos tagarelas
pois a fala, por hora, era dispensável..
A descoberta, silenciosa,
acarinhava em cada segundo.
Quando as palavras eram pronunciadas
as observações eram confirmadas
e mais sorrisos se abriam..

(...)

Em cada gesto, uma certeza:
trata-se de uma dádiva!