sexta-feira, 11 de junho de 2010

Observância.

Sempre que podia ia à praia para olhar o céu
Naquele dia, o pôr–do-sol tinha tons de amarelo-mel
os traços desiguais misturavam-se harmonicamente com o azul-lilás..
parecia tom sobre tom,
os anjos compunham o mais lindo som
anunciando terna paz.
Podia ouvi-los, vê-los, senti-los..
os olhos se fecharam como que por reflexo
sensações que inibiam o léxico
mexiam com todos os sentidos.
então, profundamente respirava
o ar em seus pulmões docemente penetrava..

(...)

O sorriso de um pequeno se misturava ao cenário
seus movimentos rápidos desviavam cada obstáculo.
ao correr e pular chegava a um quase voar..
e às vezes indiciava cair,
as pernas subitamente dobravam, pareciam fraquejar
e o corpo sinalizava não saber para onde ir
mas com toda malemolência infantil permanecia de pé
com braços levantados,
olhos bem fixados
e toda alegria de se ver..

(...)


segunda-feira, 7 de junho de 2010

Sentido Lato.

Começa em algum lugar e termina não sei onde. Nos pega pela mão e nos leva pra longe. Mais do que os olhos podem ver, ou conseguiriam disfarçar. Faz parte!
Às vezes é até fácil dizer o que é. Talvez um pouco mais difícil seja ter plena noção do que realmente se trata. Palavras jogadas ao vento não funcionam. Tudo precisa ser claro e bem determinado. As coisas não podem perder o sentido. Não mais.
Depois que se prova de idas e vindas, destruições e recomeços; se vê que o que há pode ou não ser suficientemente verdadeiro pra que seja incondicional. E por mais que incondicional seja uma palavra forte, é exatamente ela a mais correta pra ser usada nesse momento. Talvez isso possa ser confundido com a ausência de erros, mas não é bem isso que ela quer dizer. Ela apenas quer dizer que independente de qualquer coisa não vai mudar. Independente do direcionamento da ação, existirá. E isso é forte. Isso não existe em qualquer lugar. Não se conquista e muito menos se sabe do dia pra noite. É preciso tempo.
É do tipo de coisa que envolve mais que um momento, e depois que se desfruta só faz você se dar conta que apenas um Ser perfeito é capaz criar e sustentar algo do gênero. Silencio-me diante da grandiosidade disso. Olhar para os lados e ver que há veracidade nos mínimos detalhes.
E o que não é, nesse caso, é porque nunca foi. No entanto o que é, há pra vida inteira; não importa os “onde”, “como” e “porquês”. E mesmo que por algum motivo, obscuro ou não, haja uma grande decepção tudo permanece intacto. O que há subsiste de forma inexplicável, quase que por mágica. Por quê? Talvez por ter sido autêntico desde os primeiros minutos. [E provavelmente por não ter sido planejado pelos envolvidos.]
As coisinhas bonitinhas não resistem ao tempo, distância e muito menos a rompimentos e decepções. Cada dia isso fica mais claro. Quando há impossibilidades e/ou dificuldades se desfazem os - ditos – nós, desatam-se e nada mais é como antes. Ficam o passado, as lembranças e nenhum vestígio de futuro. Mas quando o que de fato há é mais que o bonitinho e todas as suas flores, há permanência. Mesmo em meio a outonos, aqueles dos galhos secos; e invernos, aqueles frios e silenciosos. As primaveras são mais verdadeiras e coloridas e os verões muito mais quentes e aconchegantes. Vêem-se cores vivas no amarelado, e calor nos tempos frios. E isso não acontece em qualquer lugar. Definitivamente! Muito menos em lugares onde as estações não são muito bem definidas, e os tempos de chuva podem chegar em pleno verão.

O sorriso se instala permanentemente por certificar representantes. Os eternos. Incondicionais. [Sim, isso mesmo e toda a força dessa nomenclatura] Cada qual da sua forma. Imperfeitos! Mas os presentes mais dadivosos que existem, e que foram fornecidos para abençoar. Provas de que é real. E assim será. Absolutamente.


*Baseado em vivências específicas, mas com dedicação ampla.