Um frio varreu a noite,
Apertou-me o coração.
Fui tomada pela emoção.
Foi o frio? As sementes?
A terra? As flores?
Lembranças? Em todas as cores!
Uma lágrima circulava no meu olho.
Por quem? Eu sabia.
Por quê? Não entendia.
Mas a lágrima não caiu.
Entretanto, a emoção não parava.
Fazia-me lembrar...
Como humana, não sei o que senti.
Como poetisa, tudo compreendi.
Aquela emoção chamava-se saudade.
Não sei se pelo frio que rasgava a noite,
Pelas flores que não estavam sendo apreciadas,
Ou por aquelas que ainda nem eram crescidas
Mas que outrora foram, com carinho, plantadas.
As lembranças que tive:
Dos amigos que o tempo distanciou,
E dos que as circunstancias aproximaram.
Dos amores que eu não aproveitei,
E dos que permanecem por dádiva.
De uma semente replantada,
De um amor sendo reinventado.
E a lágrima.. Por que ela não caiu?
Pela minha falta de coragem!
Porque naquela lágrima residiam verdades!
Verdades que eu não aceitaria,
Verdades que não queria.
E assim ficava..
As verdades? Eu só pensava, eu só sentia.
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